105.4 Cascais - Uma Onda de Rock na Linha

O projeto da Rádio 105.4 Cascais surgiu há oito anos para divulgar e promover as novas correntes do Rock. Rui Barros é o diretor da emissora desde 2014.

“Este projeto começou em 2010. Desde o final da Radio Marginal como rádio rock que um pequeno grupo de amigos, do qual fazia parte, procurava uma frequência para aplicar este conceito, e chegámos ao contacto com os detentores da licença, que decidiram apostar no nosso projeto”, recordou ao “C”.

O diretor da estação sublinha que esta rádio é um projeto de Cascais, que tem uma história muito importante no panorama musical do país, especialmente como “casa” de concertos, no antigo Pavilhão Dramático, quando as salas de Lisboa estavam fechadas para o rock.

Para Barros, pelo menos três gerações de amantes de música ficaram marcadas por algum espetáculo no Dramático, dos históricos concertos dos Genesis e Tubes aos Duran Duran, Ramones, Lou Reed ou Classix Noveau.

“Os clubes/discotecas – o Jet Set/News, o 2001, sempre passaram muito Rock e criaram uma espécie de ecossistema musical, com algumas bandas ou temas que só se ouviam em Cascais, e que são claramente o core da 105.4 Cascais”, afirma.

A 105.4 beneficia do contributo de um grande nome que foi o maior divulgador destes géneros musicais em Portugal - Luís Filipe Barros - que, com o Rock em Stock, influenciou todos.

A estação é “bastante eclética”. De dia ouve-se de tudo e a música tem tendência a certos ciclos, o que torna fácil misturar o novo com o antigo, começando com os Beatles, Stones, Elvis, Beach Boys, Creedance, Doors, e entrando nos 70’s mais pesados e psicadélicos com os Zeppelin, Pink Floyd, Deep Purple, Bowie, passando pela New Wave e Punk com os Clash, Police, Sex Pistols, o pós punk e alternativo dos Cure, ou Joy Division, o pop rock mais comercial dos Dire Straits, U2 ou Bryan Adams, o Hard Rock dos AC/DC ou Van Halen.

A 105.4 caracteriza-se pelos eventos que promove, nomeadamente festas em Alcântara, Cascais, Lisboa, Margem Sul. Por outro lado, edita com frequência coletâneas de rock. Recentemente, com a Sony Music, saiu “O Rock da Linha”. Um CD duplo que atingiu o 2º lugar do Top de coletâneas e esgotou a primeira edição.

Barros afirma que, dentro do meio da rádio são considerados um “case study”, apesar de contarem com uma equipa muito reduzida. “Mesmo com um estrutura com tão poucos recursos, temos cerca de 1% de audiência na Grande Lisboa, o que é um resultado fantástico e nos coloca como uma das mais ouvidas entre as rádios que não pertencem a grandes grupos de media”, destaca.

Quanto ao futuro, considera que o online lhes permite serem ouvidos em qualquer parte do mundo. “Desde que exista alguma regulação, isso abre um leque enorme oportunidades para uma rádio como a nossa ganhar dimensão, sem barreiras geográficas”, antecipa.

O jornalista Luís Pinheiro de Almeida, um conhecido homem da rádio, diz que a 105.4 tem "uma batida forte, ritmada, e que, provavelmente, é a única e verdadeira rádio de rock" nacional.

Artigo publicado no "C" 79 de janeiro de 2017