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Apresentado Plano de Requalificação Ambiental e Urbana da Costa da Guia

Já foi apresentado à comunidade cascalense o projeto do Plano de Requalificação Ambiental e Urbana da Costa da Guia. O terreno com cerca de 5000 m2 vai incluir um Centro Cultural Judaico, uma área verde com pomar, um jardim sensorial e um parque de estacionamento.

“O projeto do Centro Cultural Judaico foi apresentado há dias à Câmara Municipal de Cascais pela Fundação Chabad pelo que estamos agora em condições de o apresentar à comunidade antes de ser aprovado pelos serviços técnicos”, informou o presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras perante um auditório muito concorrido.

O Plano de Requalificação Ambiental e Urbana da Costa da Guia incide sobre um terreno de cerca de 5000 m2, destinado por lei a equipamento e zona verde, uma vez que resultou das cedências legalmente obrigatórias de alvarás que consta do Plano Diretor Municipal de 1996, revisto e alterado em 2015. “Esta é uma solução que resultou de muita auscultação e negociação e que considero extraordinária que vai valorizar e requalificar a zona do ponto de vista urbano e especialmente do ponto de vista ambiental”, sublinhou o autarca.

A proposta inclui um “Jewish Life and Learning Center”, um cento judaico com biblioteca e demais valências culturais, aberto a toda a comunidade. O Centro irá ter uma implantação somente de 1000 m2 com um único piso, o que corresponde a uma volumetria minimalista e muito inferior aos cinco pisos permitidos por lei para o local. Mais de 2000 m2 estão reservados para área verde e um jardim sensorial e 884m2 vão reforçar o estacionamento na zona. A área verde irá ser dividida em três zonas constituídas por um pomar, zona de estadia com canteiros e mobiliário urbano e na zona 3 irão ser requalificados os percursos já utilizados pelos moradores, alargamento dos passeios e requalificação da vegetação já existente na lógica da renaturalização.

Esta requalificação ambiental incluirá também a remoção de espécies vegetais infestantes e a replantação de árvores. Ainda que tenham que ser abatidos 15 pinheiros, para dar lugar à construção do equipamento, irão ser plantadas sete cerejeiras, uma palmeira, 50 novos pinheiros, 20 árvores de fruto e mais 20 árvores no terreno circundante ao Centro Cultural Judaico.  

O presidente da Câmara de Cascais defendeu que esta é a melhor proposta apresentada para o espaço porque “não só induz uma valência cultural, como é minimalista na intervenção urbana, com uma edificação que em vez dos cinco andares permitidos por lei, só vai ter um com uma implementação de apenas 1000 m2, sendo os restantes 4000 destinados a requalificação ambiental”, acrescentou Carlos Carreiras.

Para além de muitos moradores da Costa da Guia, também estiveram presentes membros da comunidade judaica residentes em Cascais que se mostraram muito satisfeitos com o facto de puderem dispor de um equipamento cultural não só para usufruto próprio como aberto a toda a comunidade interessada em aprender mais sobre a cultura judaica.


“Estou muito feliz com este projeto. Finalmente vou poder ser judia no meu país e na terra onde nasci”, referiu emocionada Felisbela Correia da Silva, uma cascalense que reparte a sua vida entre Cascais e Nova Iorque. “ Quero agradecer ao município de Cascais e a toda a comunidade por esta oportunidade de dar a conhecer a cultura e o papel dos judeus em Portugal e, em particular, neste concelho”, acrescentou.

Ana Gago foi uma dos muitos moradores da Costa da Guia presentes no auditório Maria de Jesus Barroso que se pronunciou sobre este Plano de Requalificação. Apesar de lamentar que o processo não tenha decorrido da forma mais pacífica e participada, mostrou-se bastante entusiasmada com o resultado final.  

Há questão sobre se este projeto responde às preocupações e expetativas dos moradores da Guia, Ana Gago, moradora há mais de 20 anos no local, respondeu que apesar de não poder exprimir a opinião de todos, no que a ela se refere este projeto salvaguarda “o impacto negativo em termos urbanísticos e de afluência de gente que os outros projetos apresentados para o espaço não tinham em conta”. A moradora acrescentou, ainda, que “de todos este é o projeto mais equilibrado, mais tranquilo e com menor impacto ambiental e pouca volumetria de construção”.

Com este projeto, mais uma vez Cascais se afirma como “um ponto de encontro de povos e culturas, fazendo deste território multicultural um local de tolerância e integração o que o torna não só mais seguro como mais competitivo a nível económico e social”, concluiu Carlos Carreiras, sublinhando que “a comunidade judaica faz parte da identidade de Cascais, já que fomos um dos municípios a acolher cidadãos fugidos do regime nazi e que aqui encontraram a sua casa e o local ideal para desenvolverem o seu projeto de vida”.

Cascais Digital

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