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CE Júnior: 600 crianças celebram multiculturalidade
Hoje 1 de junho, Dia Mundial da Criança, Cascais acolheu, pela primeira vez, a edição Júnior das Conferências do Estoril. Uma manhã dedicada aos mais jovens com 600 crianças das escolas do concelho a fantasiarem-se de “alien” e a ouvirem outras crianças a explicar como dariam a conhecer a raça humana e como se deve abraçar a multiculturalidade.
A obra “Vou ali e já venho: sobre migrações e comichões” foi o ponto de partida do projeto CE Júnior. Para professores e alunos, para educadores e educandos, para pais e filhos, é um livro que, de uma forma acessível, responde a uma pergunta que parece simples à primeira vista: “De onde vimos?”
Feito às crianças e baseado na história do livro, o desafio passou por apresentar a raça humana a extraterrestres. Esta história, composta por seis personagens de diferentes nacionalidades, raças e credos, visou ilustrar a mensagem: “todos juntos somos mais fortes”.
Realizadas pela primeira vez no âmbito e a finalizar as Conferências do Estoril, “as CE Júnior são um projeto desenvolvido pelas equipas das Conferências do Estoril, de design thinking HUSE Innovation e pelas professoras do 1.º ciclo das escolas do concelho de Cascais Malangatana (Alapraia) e Raúl Lino (Monte Estoril)”, explicou Rui Cordeiro, coordenador do projeto CE. “O objectivo é sensibilizar as crianças para a temática das migrações e desenvolver competências para que em adultos contribuam para um mundo melhor”, explicou.
Entre 27 de março e 31 de maio, as duas escolas envolvidas trabalharam nos desafios propostos com as crianças, contando também com o apoio dos pais que aceitaram o desafio “Como abraçar a multiculturalidade em casa – Pais e filhos” destinado a pesquisar sobre as origens das suas famílias. Os testemunhos foram apresentados a um público de palmo e meio roubando muitos aplausos.
E foi num ambiente incrível de muita animação, com seis centenas de crianças, que Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, colocou a pergunta “Como é que nós podemos ser mais amigos?” e deixou um desafio: “Que aprendam muito e brinquem muito para serem adultos capazes de ajudar os outros e de defenderem a ideia de que somos todos iguais - apesar de diferentes - e que todos merecemos a mesma dignidade.”
Bruno Sousa, membro do controlo de voo Venus, da Agência Espacial Europeia, protagonizou um dos pontos altos das CE Júnior quando explicou como se pilota uma nave espacial a uma audiência muito atenta e interessada.
Bruno Sousa contou como se tornou num dos poucos portugueses a entrar na Agência Espacial Europeia e o que lá faz. Ou seja, pilotar naves e satélites que aterram em planetas e cometas longínquos e enviam fotografias e informação para a Terra.
“Estou muito nervoso por ir falar com 600 jovens, porque as crianças são muito inteligentes e fazem perguntas difíceis”, partilhou Bruno Sousa, momentos antes de entrar em palco. Mas cedo perdeu a timidez, pois a interacção com o público não podia ter sido melhor.
As CE Júnior terminaram com vários quadros artísticos (dança e teatro) apresentados pelos alunos das escolas Malangatana e Raul Lino sob o tema: “Como dar a conhecer a raça humana aos extraterrestres, quem somos, donde vimos e para onde vamos?”
