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Criador de Cascais arrebata ouro, prata e bronze no Campeonato do Mundo de Ornitologia

Os pássaros são a vida de Acílio Forte, colaborador da Câmara Municipal de Cascais na Divisão de Espaços Verdes. E na maior parte dela tem-se dedicado à criação de espécies exóticas. Do 65.º Campeonato Mundial de Ornitologia, realizado em Espanha trouxe tudo o que havia para ganhar: outro, prata e bronze.
Ainda mal acredita no reconhecimento que os juízes lhe conferiram, mas não esconde o orgulho de ter ganho todas as medalhas com aves exóticas criadas por si, num campeonato que reúne anualmente pequenos e grandes criadores de 40 países de todo o mundo.
 
Para este encarregado de podas apaixonado por aves e pelo processo de criação desde criança, ganhar desta forma foi completamente inesperado. “Foi a primeira vez que inscrevi um pássaro num campeonato do mundo”, confessa. “Vi que tinha ali uns passarinhos engraçados e resolvi concorrer. Nunca esperei ganhar, porque não é fácil, com tanta gente, grandes criadores e com grandes nomes”. 
 
Luís Guerreiro, chefe de Divisão para a qual Acílio Forte trabalha na CMC, havia-lhe pedido uma medalha, em tom de desafio. “Eu até me zanguei, porque mesmo o bronze não é fácil”, recorda. Mas, afinal, para sua grande surpresa, “limpou o pódio” (ver lista de resultados) como se diz na gíria desportiva. “Ganhei as três medalhas: ouro, com um exemplar bico de chumbo branco (ave originária do continente asiático); prata, com um irmão desse; e bronze, com um macho amandina (ave originária do continente africano). “Saíram do ovo comigo…”, revela emocionado.
 
Contribuindo para o apuramento das raças, o campeonato, que decorre anualmente no Palácio de Exposições e Congressos de Aguadulce, Almeria, Espanha, é para Acílio Forte, uma espécie de romaria. Todos os anos ele e o filho, igualmente criador de aves exóticas, rumam ao sul de Espanha para apresentar o resultado de um trabalho que não dá descanso 365 dias por ano.
 
Nasceu em Barroca Chão de Coice, Distrito de Leira, Concelho de Ansião, a cerca de 230 km de Monte Estoril, Cascais, local onde “aterrou” aos 14 anos. Primeiro dedicou-se à construção civil e, aos 19 anos entrou para a Câmara Municipal de Cascais. “Foi em novembro de 1984, na altura das cheias”, recorda por ser um momento que muito o marcou. 
Hoje a residir em Alvide, tem trabalhado sempre na área dos verdes, mais especificamente no trabalho direto com as árvores: “ajudei a plantar algumas das palmeiras em frente ao Hotel Baía”, refere.
 
Integrado no Clube Ornitológico de Peniche (Cascais ainda tem muito que caminhar nesta matéria), Acílio Forte, 53 anos, sente-se feliz por ter alcançado este reconhecimento que, como diz, “dá nome ao criador e acrescenta valor aos pássaros por ele criados”. 
 
Além dos cuidados e da dedicação imprescindíveis para se ser um bom criador, Acílio, que entre ele e o filho já acumula diversos prémios nacionais, partilha que “um bom criador não pode ter muitas raças”. Por isso limita as suas criações a 20 espécies, de que fazem parte o rosicolor, caturra, papagaio gold, bengalim do Japão, bengalim ino (de olhos vermelhos), degolado com gola vermelha e laranja, kitliz e muitos outros. Mesmo assim, o número de exemplares ronda o milhar. As suas favoritas são as caturras, espécie pela qual se revela “apaixonado”, pois, diz: “se as criarmos e habituarmos à mão são uma companhia. Até tenho uma que imita o meu toque de telemóvel”.
 
E se a competição desportiva começou por acaso numa conversa entre amigos, agora é levada muito a sério por este criador de Cascais: “O próximo desafio é o campeonato nacional e outros do meu clube”. Na mira está já o 66.º Campeonato do Mundo que, “para o ano vai ser em Itália, também em janeiro”. Refira-se que Portugal é muito forte nesta competição de onde trouxe um total de 205 medalhas, 83 de ouro, 66 de prata e 56 de bronze.
 
 
 

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