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António Fialho - Arqueólogo subaquático

“Sou um filho da diáspora. Sinto-me como se tivesse nascido em três locais diferentes (Luanda, Cascais e Alentejo)... É assim que António Pedro Costeira Fialho se sente quando fala das suas origens. Filho de um alentejano e de uma cascalense, António nasceu em Luanda em 1958, mas diversas circunstâncias fizeram com que durante a infância e juventude viajasse algumas vezes para Portugal onde também permanecia em casa de familiares que viviam por longos períodos entre Cascais e o Alentejo. Os pais eram ambos funcionários públicos em Luanda e de quatro em quatro anos tinham direito a viajar para Portugal, por seis meses.

Sempre que vinham, António tinha que ser integrado numa escola e fazia novos amigos. A primeira vez que veio a Portugal tinha apenas três anos, e ficou em casa dos avós que viviam em Cascais. “Esta foi uma experiência enriquecedora que me fez lidar com diferentes realidades. Ao contrário de muitos jovens que começam cedo a imaginar a profissão que querem ter quando forem adultos, essa ainda não era uma das ideias que lhe ocupavam o pensamento. Se de alguma coisa tinha a certeza era de que gostava muito do mar. Conta que começou a nadar aos cinco anos. “Queria era estar dentro de água. Fascinava-me imenso a figura do Cousteau, mergulhador e explorador francês pioneiro na descoberta dos recursos do fundo do mar”. Essa paixão pelo mar haveria de o acompanhar sempre ao longo dos anos.

Aos dezasseis anos quando veio definitivamente para Portugal foi estudar para um colégio interno em Benavente, onde ficou dois anos até ao regresso dos seus pais. Entretanto, começou, junto com alguns amigos, a praticar pesca submarina. Conta que nas férias costumavam ir acampar para as Berlengas, Algarve, entre outros locais, e que para se conseguirem manter nesse período iam à pesca e vendiam o peixe aos restaurantes.

Foi sempre junto ao mar que sentiu a vida vibrar dentro de si. Depois ter vivido a primeira experiência profissional como funcionário das finanças decidiu que “aquela não era de fato a sua praia”, e por isso resolve ir trabalha para a autarquia (Museu do Mar). “Tudo aquilo me fascinava!”, diz. Foi por isso que mais tarde decidiu fazer um curso superior
de História (variante Arqueologia) para conseguir ir mais além na área que realmente lhe preenche a alma. Hoje é arqueólogo subaquático e orgulha-se de poder dar a conhecer todo um trabalho de pesquisa e inventariação dos vestígios arqueológicos submersos, que resultaram na Carta Arqueológica Subaquática do Mar de Cascais. Este trabalho tem contado com o apoio de outros investigadores e também com a participação de entidades com as quais a autarquia mantém protocolos, como o Centro Nacional de Arqueologia Náutica Subaquática (CNANS) e o Centro de História de Além-mar (CHAM). A história conta que ao longo dos séculos o mar de Cascais foi palco de diversas ocorrências marítimas que resultaram em muitos naufrágios, como o do navio escocês Thermopylae/Pedro Nunes, episódio sobre o qual António publicou um livro em co-autoria com outros investigadores, como Jorge Freire do CHAM com quem em 2008 iniciou o trabalho de investigação no mar. “As câmaras de Cascais e Angra do Heroísmo estão no topo da arqueologia subaquática a nível nacional”, refere António Fialho.  Por agora vai continuar com o trabalho da Carta Arqueológica Subaquática de Cascais e gostaria de ter, pelo menos, mais um técnico a trabalhar consigo, pois, contínua a ser o único arqueólogo subaquático da autarquia. Outro dos seus desejos é que a Câmara possa vir a disponibilizar mais e melhores meios para as campanhas.
António Fialho gosta tanto do que faz que sente o seu trabalho como se de um hobby se tratasse. “Sou um privilegiado porque vivo em Cascais e faço o que gosto”.


C - Boletim Municipal | 2 de agosto de 2012


 

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