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David Fonseca

Quisemos falar com David Fonseca sobre as Festas do Mar que estão aí à porta. Fomos a Lisboa para falar sobre Cascais e aproveitar para nos atualizarmos acerca do que anda a fazer um dos maiores músicos portugueses dos últimos quinze anos.

Neste momento da carreira, David Fonseca está entre um novo trabalho, que são dois (ou dois trabalhos, que são um). “Seasons: Rising” é a primeira parte de um trabalho sobre as estações do ano e saiu no passado mês de março; “Seasons: Falling” sai em setembro e completa este conceito.
Num final de tarde com o sol dourado de agosto, na Avenida da Liberdade em Lisboa, David Fonseca teve uma breve conversa connosco. Acompanhado de uma bicicleta vintage de cor verde seca, algures entre o sóbrio e o que chama a atenção, e que é, normalmente, o seu meio de transporte de escolha. David Fonseca até não é um fanático de desporto por aí além mas as bicicletas são outra história. “Venho de Leiria para Lisboa nela”, diz com graça.
Numa conversa sobre música, a carreira e, claro, Cascais, o músico português, que atua pela segunda vez no palco da Baía, teve a humildade e simpatia habituais. Qualidades que, com a sua música, o tornam num dos músicos mais requisitados pelo público português.


Neste momento, tem um disco editado no passado mês de março, o “Seasons: Rising”; vai sair uma segunda parte, que completa o primeiro trabalho, que é o “Seasons: Falling”. Isto é uma espécie de coleção primavera/verão?
Em fascículos... (risos) A ideia inicial era lançar um disco apenas, por cada estação. Teria mais lógica se fosse assim. Só que acabava por ser um bocadinho estranho comercialmente, estar a editar tanto durante tanto tempo. Acabámos por dividir o projeto em dois. É o mesmo projeto. No fundo, no fundo, era como editar um disco duplo. Em vez de ser em uma vez só, decidimos fazê--lo às secções. Primeiro fizemos a secção que diz respeito à primavera e ao verão e agora vem a secção que diz respeito ao outono e ao inverno. Assim, acho que dá mais tempo às pessoas para perceberem melhor o que é que eu fiz no primeiro disco e agora dá um bocadinho mais de espaço para o segundo disco. Foi essa a tentativa. Vamos ver se corre bem ou não.
E porque é que o Rising (a subir) vem antes, e o Falling (a descer) vem depois? Podia ter feito ao contrário, não é?
Podia. Foi assim que correu. Quando estive a compor durante um ano, de facto, a primeira parte do disco tem muito mais a ver com uma espécie de procura mais violenta e a segunda com uma contemplação mais específica que tem a ver com as estações também, acho eu. Com aquilo que eu vivi, mas também com as estações em que eu vivi essas coisas. E daí os títulos serem um bocadinho a súmula do que se passou e ficou assim.
Tem alguma estação favorita?
Não. Eu gosto de viver.
Diria que é um músico que se deixa afetar, no bom sentido, pela música atual? Por aquilo que vai acontecendo na música contemporânea?
Sim mas, na verdade, especialmente como neste último ano, quando se está a compôr muito não há muito tempo para ouvir música. Infelizmente. É uma das coisas que eu gosto mais de fazer. Eu acabei o disco ontem - como gosto de dizer - e uma das primeiras coisas que me ocorreu, mal o disco ficou masterizado, foi que agora já podia voltar a ouvir música como ouço normalmente. Posso pôr os meus discos de vinil ininterruptamente quando estou lá em casa, mas é uma coisa que, normalmente, não faço quando estou a compor. E porquê? Porque não há muito espaço mental para isso.
Mas sim… ouço muita música. Porém, não sei se afeta a minha, ou não. É possível que sim e espero que o faça, sinceramente.
Até espero que as coisas que eu ouço me influenciem, de alguma forma. Diria, contudo, que não é aquilo que eu ouço que me influencia mais. A influência daquilo que eu vejo é maior do que propriamente do que ouço.
Nesse sentido, isola-se propositadamente no processo criativo, por ter muita música na cabeça e para se concentrar na própria música?
Não propositadamente, mas porque simplesmente não consigo ouvir outra música. Quando se está a compor muito e a ouvir música durante quinze horas de um dia, não se corre para ouvir mais música quando esse dia acaba.
A música só ocupa o meu lado profissional… porque do lado do lazer eu prefiro não ouvir nada e, em vez disso, estar a ver um filme. Ou outra coisa que não esteja relacionada propriamente apenas com o som. Por isso, sim… posso dizer que me isolo um bocadinho mais da música quando estou a compor. Mas atenção: isto não quer dizer que não ouça nada! Vou ouvindo canções, obviamente. Vou ouvindo aquilo que gosto, aqui e ali, mas não da mesma forma exagerada, como faço no resto do tempo (risos).
O vídeo do seu single atual, “What Life Is For”, inclui cenas de uma verdadeira pista de atletismo, com tartan, argolas, saltos à vara e em altura. Foi a pensar nos Jogos Olímpicos?
Não... (risos) Por acaso foi uma coincidência. Quando fizemos o vídeo nem sequer estava minimamente virado para a ideia de que vinham aí os Jogos Olímpicos. Escolhi fazer um vídeo assim porque tinha a ver com o disco, com a canção, com uma visualização da canção um bocadinho diferente do que se estaria à espera. E, desse ponto de vista, eu gosto de arriscar. E devo acrescentar que nem sequer sou uma pessoa ligada ao desporto por aí além... Mas achei que, exatamente por isso, devia atacar uma coisa que não me é muito natural e que pudesse trazer alguma coisa de novo à música.
Apesar de vir de Leiria de bicicleta, sempre que vem a Lisboa.
Exatamente. Ando sempre de bicicleta, é sempre a descer.
Temos as Festas do Mar à porta e não é a tua primeira vez… Expectativas para mais uma
Não, não é. Já atuei há dois anos e lembro-me que foi uma festa gigantesca. Se não me engano, até foi a primeira vez que tocámos o single da altura, que tinha saído, o “A Cry 4 Love”. As pessoas não conheciam o tema, mas teve uma boa recetividade e acabou por ser um grande sucesso.
E Cascais…é mais um regresso para ti a esta Vila. Qual é a tua perceção sobre este lugar?
É uma das zonas onde costumo ir passear. De vez em quando, quando quero sair de Lisboa, é isso que faço. Gosto de ir dar uma volta por Cascais acompanhado pela minha família… e almoçar por Cascais também. É um passeio que gosto muito de fazer e que costumo fazer de três em três meses. Comigo acontece essa relação: o sítio onde vou tocar é um sítio onde volto, quase sempre de três em três meses. Dar uma volta, espairecer um bocadinho.
 


Foto: Rui Leal Photography
 

Cascais Digital

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