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João Mounier

Nasceu em Lisboa, vai fazer 66 anos em outubro, mas era ainda bebé quando veio viver para Cascais. De resto, excetuando as vezes que viaja com a mulher por Portugal e pelo estrangeiro, este professor de Educação Física aposentado só esteve fora do concelho para o serviço militar, e depois quando lecionou três anos no Liceu Passos Manuel em Lisboa e quando esteve destacado na Direção Geral de Desportos.

Nasceu em Lisboa, vai fazer 66 anos em outubro, mas era ainda bebé quando veio viver para Cascais. De resto, excetuando as vezes que viaja com a mulher por Portugal e pelo estrangeiro, este professor de Educação Física aposentado só esteve fora do concelho para o serviço militar, e depois quando lecionou três anos no Liceu Passos Manuel em Lisboa e quando esteve destacado na Direção Geral de Desportos. E foi precisamente aí que o seu caminho se cruzou com os jogos tradicionais, de que é hoje um grande especialista e aficionado. “Nos três anos que estive na DGD fiquei muito ligado aos jogos tradicionais e quando regressei à Escola Secundária do Alvide, já como efetivo, comecei a fazer todos os anos um dia do jogo - ia com o meu carro buscar o material à DGD.”


De resto, o gosto pela atividade física e pela brincadeira pedagógica tem raízes: “O meu pai” conta “era uma pessoa muito dinâmica e avançada em relação ao tempo. Era um organizador e, lá em casa, na Alapraia, punha as coisas a funcionar através de jogos. Eu, por exemplo, ando de andas desde pequeno”.

Além dos jogos tradicionais, o judo – que pratica desde os 15 anos, tendo sido federado – é outro desporto que mantém ativo João Mounier que hoje, inclusive, como mestre, dá aulas ao neto. Tendo passado como docente por diversas escolas e colégios, o professor recorda que “dantes, as escolas eram pobrezinhas e dávamos aulas de Educação Física ao ar livre, e era assim que avaliávamos a dinâmica dos miúdos…” Reformou-se aos 60 anos, com 39 de serviço. E essa condição fez colocar a si próprio a questão: E agora? Foi assim que surgiu a ideia da formação do JOTRA, em março de 2007, e depois o projeto de realizar um Encontro Nacional de Jogos Tradicionais em Cascais - este ano na 5ª edição, no fim de semana de 19 e 20 de maio.


O JOTRA-Clube de Praticantes tinham o know how e havia o “espaço maravilhoso de Cascais”, especificamente o parque Marechal Carmona e o Hipódromo Manuel Possolo, toda a envolvente de mar, serra, praias, e o apoio da Câmara Municipal de Cascais. A disponi-bilidade financeira não é muita, reconhece João Mounier, mas os amantes dos jogos tradicionais que há pelo país costumam pagar as suas próprias viagens e só há necessidade de garantir alojamento. Recentemente o clube recebeu algum “oxigénio”: beneficiou de um grande apoio das comemorações do Centenário da República, o “que deu para fazer muitas atividades e comprar material”. Já o apoio da CMC é mais regular e estende-se, por exemplo, à construção de jogos. A maior parte dos jogos tradicionais deriva de situações laborais ou de guerra. João Mounier é um entusiasta e também um colecionador. Quem sabe da sua afeição oferece-lhe… jogos tradicionais. “Tenho inclusive o jogo Real de Ur, da Mesopotâmia…que é engraçadíssimo, é um jogo de estratégia em que cada jogador tem 7 peças e que é o antecessor do gamão”.
 
Na Secundária de Alvide a atividade de jogos tradicionais começou há 18-19 anos, primeiro com jogos cedidos pela DGD, depois com os que foram sendo construídos. “Há jogos que não são comercializados, às vezes compramos através de catálogo e depois construímos réplicas. Os jogos tradicionais não são de um país, são universais. O modelo é que pode não ser o mesmo. Os materiais evoluem. O jogo do sapo, por exemplo, existe em Portugal, Espanha e França; o jogo do berlinde é universal, o frisbee é um jogo muito popular. Quando temos a feira do jogo chegamos a ter 160 jogos diferentes a funcionar na mesma altura!”.

Quem quiser participar nestas celebrações dos jogos tradicionais não tem como se sentir intimidado por não conhecer as instruções de jogo. Elas são colocadas ao dispor dos curiosos, junto do jogo, e ao descritivo do seu historial. A seguir ao Encontro há a Semana dos jogos tradicionais – que decorre apenas de terça a quinta-feira - e se realiza na zona grande do parque Marechal Carmona e chega a juntar três mil miúdos…


Todas estas iniciativas que têm como grande animador João Mounier tiveram origem na Feira do Jogo, em Alvide, já na 15ª edi-ção: “Aí pomos mais de 150 jogos a funcionar em simultâneo, dentro e fora do pavilhão, para os miúdos do nosso agrupamento de escolas de Alvide – uns 400. Além dos jogos mais triviais montamos jogos antigos”. Para a população do conce-lho, o JOTRA e a Câmara Municipal de Cascais criaram entretanto outros momentos, que permitem desfrutar de uma grande variedade de jogos tradicionais nos parques do concelho e na muralha.


O JOTRA é um clube de praticantes de Jogos Tradicionais que dinamiza a divulgação e prática dessas modalidades lúdico-desportivas, no concelho de Cascais, há vários anos. É composto por professores que se dedicam à promoção dessas atividades. O clube de praticantes é uma entidade simples de associação desportiva, que é regulada por lei. João Mounier (pai) recorda que o programa do governo e da autarquia fazem referências aos jogos tradicionais como atividade desportiva e cultural. “E as pessoas acolhem isto de uma forma fantástica!”. Os jogos tradicionais têm fãs e curiosos em todas as idades. “O entusiamo, a boa disposição e a competição saudável com que pessoas mais velhas e mais novas acolhem estes jogos são o estímulo” que leva cinco professores a organizarem os encontros de Jogos Tradicionais, em Cascais, e a ambicionarem organizar, um dia, um Encontro Internacional. Tendo ‘nascido’ ancorado na Escola Secundária de Alvide, o JOTRA é hoje responsável pela preparação, organização e execução de atividades de Jogos Tradicionais no concelho, tendo inclusive um protocolo com aquele estabelecimento de ensino, através do qual colabora na organização das suas atividades e na manutenção e recuperação dos jogos. O trabalho de pesquisa de ‘novos’ jogos desenvolve-se de forma amadora e persistente pelo grupo de sócios fundadores, cinco professores de Educação Física: António Sá, Paula Rodrigues, João P. Mounier, Anabela Santos e João M. Mounier.

Cascais Digital

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