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Linda Pereira

Linda Pereira inicia o projeto dedicado aos “Embaixadores da nossa terra”. Pessoas que amplificam Cascais.

Luso-britânica, residente no Estoril, é figura de topo na organização de congressos internacionais, como diretora executiva da CPL Events. Nascida em Inglaterra, visitou Portugal, pela primeira vez, no final dos anos 70, ainda estudante. Em 1983, já tinha imigrado para este país, onde não tinha família. Em 1985 cria a sua própria empresa e, em 1992, muito antes da Expo98, envolve-se na organização da primeira Presidência Portuguesa da UE. Em Cascais  encontrou o homem por quem se apaixonou. É uma cascalense adotada pela alma da terra e pelas suas gentes - e é hoje uma verdadeira embaixadora da nossa terra. Personalidade forte e influente, Linda Pereira é mãe de duas jovens, foi vendedora na Marks & Spencer, tradutora, professora, formadora. Racional e sensível, é mulher de sete ofícios e muitos mais afetos.

Defende que as terras são feitas de gente…
As terras que mais me marcaram, a mim e a todos os que temos esta profissão, valem pelas pessoas. Tenho um ditado que é: “mountains don’t smile back,
people do”. A primeira vez que vamos a um sítio é pelo acessório, pode ser o golfe, os monumentos. Mas voltamos pelo que sentimos lá. Voltamos porque somosacarinhados e o que nos acarinha são as pessoas. O que torna as terras especiais é olhar nos olhos de alguém e sentirmos que estamos em casa. Não nasci cá, mas digo a toda a gente que esta é a minha terra.


Este é um concelho hospitaleiro…
É um sítio hospitaleiro, onde todos se sentem em casa, e cosmopolita. A história de Cascais é feita de albergar pessoas.


De alguma forma adotou a terra e esta adotou-a a si.
Quando estamos numa casa que nos adotou, temos de fazer tudo  ela casa. Estou aqui porque quero, por escolha e porque me aceitaram. Se alguma coisa está
mal, tenho é de me esforçar por melhorá-la. Não me queixo, nem deixo ninguém em minha casa queixar-se. Primeiro, é uma dádiva de Deus poder viver aqui. Quando acordo de manhã, a primeira coisa que penso é: “Meu Deus, vivo mesmo no Estoril! “Vou para Lisboa de comboio, de propósito. Ir trabalhar e ver o mar todo o caminho…?! Mesmo com pouco dinheiro, poder beber um copo de vinho ao almoço?! Poder passear a pé e sentar a ver o mar?! A relação com as pessoas, humana e próxima, que é possível ter em Portugal, é muito importante para mim.


Mas isso também tem a ver com a sua personalidade?
Sim, o meu marido diz que sou demasiado otimista. Sou é “possibilista”! Não sou negativa, nem otimista. É uma questão de atitude. Não fui criada para achar  que a política, a sociedade, é com os outros. A gente não se pode queixar de nada, se não faz nada para mudar. Se há lixo no chão, limpamos.


Além dos congressos internacionais que tem trazido para Cascais, o seu trabalho desenvolve-se muito em cooperação com a autarquia...
Com a CMC, há 25 anos que tenho uma relação, se calhar, chata… porque me envolvo em tudo! Tenho uma relação fabulosa com o departamento cultural. Penso
que não somos conhecidos como destino porque temos uma página na internet mas falando dele com paixão, e fazendo com que do outro lado se fique com vontade de conhecer, de ir.


Nesse longo relacionamento profissional com a autarquia… a que se deve essa transversalidade?
Respeito o cargo e as pessoas, e a minha relação é com as pessoas. Desde a vereação, a cultura, a educação, a relação profissional é de cooperação e de confiança. Já traduzi discursos de todos os presidentes, desde o Dr. Dargent... Não tem nada a ver com política mas com pessoas e com o sentido cívico
de comunidade, de município. Sou grande fã das tecnologias mas sou uma networker. No meu setor são as pessoas que compram e que vendem os destinos. Há muita publicidade que vende destinos na internet, há muita concorrência. Mas este negócio tem a ver com gente e com experiência. Costumo dizer que só se pode retirar da conta bancária emocional se se deposita na conta bancária emocional.


O que é fundamental para promover este concelho no estrangeiro?
Temos de ser muito mais próativos. Somos demasiado discretos, caladinhos, não somos estrondosos. Somos palavrosos a falar do destino mas não usamos
a necessária paixão. O destino tem muito mais valor do que lhe atribuímos: é uma marca conhecida- mas há muitas marcas e temos que o tornar mais emotivo,
mais experiencial, temos de ter mais opinion makers. Precisamos de mais “embaixadores”: pessoas que vieram, provaram, sentiram e, depois, falam dele. Temos a residir aqui executivos de topo de diversas áreas e são esses os potenciais embaixadores. Precisamos de um clube de embaixadores de Cascais, que ando a tentar criar há três anos, está pensado, estruturado, já tenho  22 voluntários. E o alerta que faço é para institucionalizarmos um clube de embaixadores de Cascais: cidadãos nacionais e estrangeiros que sentem, conhecem e gostam da alma de cá, e que têm a capacidade de influenciar no seu meio, ou no
seu métier, outros a virem também.


Quais as características que fazem de Cascais um destino atrativo para tanta gente?
O que sinto, e toda a gente me fala, é que chegamos como forasteiros e rapidamente sentimo-nos como parte integrante do sítio: é-nos familiar, a gente encaixa no destino. Facilmente se criam redes de relações, se sabe onde se vão buscar as coisas, as pessoas têm aquela facilidade de acolher o forasteiro
e informá-lo com carinho. É uma visão muito minha: Cascais tem o sentido das aldeias dentro de um concelho. Num sítio cosmopolita, que tem hotéis de cinco estrelas e centro de congressos, ainda é possível ter esse sentir: a senhora que faz o pão que gosto, o café onde vou... Ainda é uma terra muito à escala humana - como diz a vereadora da Cultura, Ana Clara Justino.
E mesmo quem vem passar apenas três dias acaba por sentir isso também. Se pudesse fazer um pedido seria que os autocarros viessem mais ao centro da vila,
porque tenho muito receio pelo que esta crise pode fazer às lojas no centro urbano. Para mim, Cascais é humanidade num sítio que é moderno, internacional, mas homely [simples]... Há o restaurante caríssimo, mas também o outro que faz a comida portuguesa. É cómodo para todos...


Sendo cenário de eventos tão diversificados, qual é o goodwill [património de marca] de Cascais?
As condições naturais são boas para desportos de vento e de mar, como a vela… Para as áreas de negócios, o meu setor, conta menos a beleza e mais o business return [retorno do negócio]. Só há outro destino como este na Europa, que é Stiges, em Barcelona. Aqui estamos protegidos e a quinze minutos da
capital. É uma singularidade que, muitas vezes, não sabemos vender. Somos maus marketeers e muito maus vendedores, em Portugal,… mas em todos os sectores. Não temos o know how de vender bem. O business value do congresso realizado aqui é estarmos a 15 minutos da capital e a 25 do aeroporto. Aqui tudo é muito perto, é um meio pequenino que tem a mais-valia de manter as pessoas num ambiente de networking [rede profissional de contactos] – e esse é o primeiro critério de escolha para a realização de um congresso; o segundo critério é a education [educação]. Como dizia um banqueiro meu amigo, é um “perfect networking education, because is very human”.


Cascais tem uma dimensão humanizada… ?
À escala humana. Lisboa é o centro de negócios do país, aqui estamos perto mas não vivemos o stresse frenético da cidade. Aqui temos toda a capacidade de fomentar a rede profissional, a familiaridade, interação - que é o que um congresso pede e é a alma desta terra. Ao mesmo tempo, pela proximidade, temos facilidade em fazer reuniões com bancos, com grandes empresas, com o turismo, com o governo. Por outro lado, aqui os presidentes de câmara sempre tiveram facilidade em abrir os congressos - que são importação de conhecimentos. Costumo dizer que não organizo eventos, mas trabalho na economia do conhecimento. Depois de um evento destes, o mundo fica melhor: se for de música, fica todo o mundo mais feliz; se for medicina, a saúde avança. Facilito
a troca de conhecimentos. Nós podíamos ser um knowledge hub, um ponto de encontro, um eixo de conhecimento.


De que forma os grandes eventos desportivos são importantes para a projeção de Cascais?
Gosto muito dos eventos desportivos mas há demasiado foco neles. São grandes, impactantes, trazem turismo, mas trazem pessoas para um dia. Sou fã das realizações que trazem conhecimento, que deixam um legado, que inspiram os jovens para uma carreira, da qual, se calhar, nunca tinham ouvido falar, que promovem o nosso conhecimento no exterior e trazem mais conhecimento para dentro do país. Podíamos ser um grande eixo para o turismo de conhecimento, ter muitos mais eventos de sustentabilidade. Mas temos de ir atrás deles, eles não vêm ter connosco. A captação desses eventos é a minha paixão.


 







































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