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Maria João Pulido

A missão de cuidar dos “nossos amigos”

Vive há 16 anos no concelho de Cascais e há dez que se dedica, a tempo inteiro, ao cuidado dos animais abandonados. De responsável pelas lojas do primeiro grupo português de pronto a vestir, um negócio de família, Maria João Pulido, passou a responsável pela qualidade de vida dos animais abandonados do concelho de Cascais - “uma paixão” desde pequena.

Sempre teve cães, gatos, e até cavalos. Muito antes de saber o que o destino lhe traçara, dizia: “se um dia a minha vida, por um qualquer motivo, tiver que dar uma volta, vou-me dedicar inteiramente aos animais”. E foi exatamente o que aconteceu. Depois de muitos anos ligada aos têxteis, como neta e filha de empresários do setor, Maria João Pulido teve que deixar o trabalho de toda a vida, por circunstâncias várias, acabando por se dedicar ao seu grande amor: os animais. O convite veio do pai e mentor da Fundação, o Comandante Saraiva Santos. A primeira conversa foi no ano 2000 e no dia 2 de janeiro de 2001 já estava a trabalhar.Para Maria João Pulido, ”trabalhar com animais não é um trabalho,
mas uma missão”, é pôr em prática os ensinamentos de São Francisco de Assis. Mas esta “missão”, de que fala com paixão, nem sempre foi fácil e, por isso, admite que
esteve várias vezes para desistir. No princípio, “não conseguia pôr de lado o coração” e lidar com os assuntos de forma racional. Conseguiu-o impondo a si mesma a dignidade que considera ser muito importante para levar a cabo este trabalho. É por isso mesmo que, quando fala de animais, não se lhe reconhece qualquer atitude fanática. Sabe que um dia os seus “amigos” vão ter que partir, uns porque morrem, outros porque são adotados. Mas há também os que ficam nas boxes, “que ninguém quer, e que também têm que ser
tratados com dignidade e amor “ e há aqueles que não pode albergar, “porque não dispõe de lugar para todos”. Apesar desta atitude, um pouco fria e distante, os olhos de Maria João Pulido, dizem-nos o contrário. As lágrimas teimam em aparecer, mas a experiência desta vida e as escolhas permanentes, impedem-nas de rolar pela face. O que está por detrás, não é mais  que um grande coração que não se pode abrir a todos os animais, para não acabar traído.

Pelas suas mãos, passaram mais de três mil animais e são muitos os que ainda hoje visita, até porque fez amizade com os donos. Mas Maria João Pulido, até pelo lugar que tem, não trata apenas dos animais que estão ou estiveram na Fundação. Sozinha, sem qualquer apoio da instituição, já recolheu e arranjou donos para mais de 1200 animais e ajudou a encontrar mais de 1000 animais desaparecidos. Para “a Maria João dos cães”, como a própria diz que um dia será conhecida, se conseguir salvar 50, 60 cães, por ano, é muito bom. A coordenadora de Bem Estar do Animais, da Fundação São Francisco de Assis, diz que é urgente que alguém crie leis que defendam os animais e se assuma, de uma vez por todas, a necessidade de controlar os nascimentos. “Enquanto eu tenho na Fundação animais muitos velhinhos, de que gosto muito e não abandono, há muitos cachorros bebés a serem abatidos. Isto assim não pode continuar”. No entender de Maria João Pulido, há várias coisas que deviam serobrigatórias e uma delas é mesmo urgente: esterilizar os animais quenão sejam para procriação, fêmeas ou machos. “É preciso acabar com os preconceitos. Esterilizar um cão ou uma cadela, um gato ou uma gata, é exatamente a mesma coisa.” No que toca à adoção e porque a maioria das pessoas quer cães bebés e machos, Maria João Pulido, tem uma estratégia, apesar de achar que todos os animais podem e devem ser adotados: “os cães adultos são mais fáceis de ensinar”, até porque é fácil conhecer o seu temperamento e, muitas vezes, já viveram em casas, e as cadelas, que muita gente não quer, são melhores para viver com a pessoas, pois não marcam o território e são mais meigas.”   
Em jeito de conselho aos políticos, Maria João Pulido, pede que “tenham um pouco mais de consideração pelos animais e que se cheguem à frente, na criação de leis que os defendam”. 

(Perfil do Munícipe in C -Boletim Municipal, nº4, Novembro 2011)

Cascais Digital

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