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Sofia Vieira

Dificilmente encontrará um espaço verde do concelho que não tenha um dedo desta mulher. Sofia Vieira nasceu em Lisboa há 49 anos, mas como faz questão de dizer, foi só mesmo parar à capital para nascer. Toda a sua infância e adolescência foram passadas em Sintra, onde ainda hoje mantém residência. Responsável pelo Serviço de Espaços Verdes, Sofia Vieira chegou à Câmara há 20 anos.

Na época, era ainda uma jovem, e confessa que de início teve que enfrentar desafios porque naquela altura não era muito comum uma mulher entrar como chefia para uma área operacional. Mas Sofia já trazia alguma experiência na coordenação de equipas, e por isso seguiu em frente, sem complexos. Aos poucos, todos perceberam que não estava ali para competir com ninguém, mas para participar num projeto comum para beneficiar o espaço público de todos os cascalenses. “Quando aqui cheguei as pessoas vinham ter comigo a dizer que só se plantavam árvores à beira-mar. Hoje, nas zonas urbanas do interior do concelho também já são visíveis os arranjos exteriores ao nível de espaços verdes.


Lembro-me de há muitos anos, quando plantei as primeiras árvores na Abóboda, de duas moradoras me oferecerem uma rosa a agradecer porque “já tinham árvores na sua rua”. Só fiz o meu trabalho, mas não consigo esquecer a gratidão das pessoas quando se pensa em melhorar o espaço onde vivem”. Antes de vir trabalhar para a autarquia esteve a coordenar o projeto de implantação do primeiro cemitério-jardim, em Portugal, em Vale Flores, Almada. Dessas memórias costuma dizer que esteve “quatro anos a viver dentro do cemitério.“ Recorda: “estava a  ajardinar um espaço, mas ao mesmo tempo deparava-me com um público muito sofrido, e isso fez-me crescer muito em termos emocionais. Ao final do dia, no regresso a casa, costumava demorar muitas horas nos transportes públicos e, por isso, chegou a apanhar boleia no carro do padre para vir para Lisboa”. Foi, portanto,num cemitério que iniciou a sua experiência a nível da jardinagem. Mais tarde, soube que a Câmara de Cascais andava à procura de alguém com a sua formação. E agarrou a oportunidade. Sobre a infância, conta-nos que teve o privilégio de ter vivido toda a vida no campo. “Cresci no campo, no meio das vacas, porcos e galinhas. O meu pai era um homem do campo, e ainda muito ligado à natureza, trabalhava como engenheiro agrónomo no Estabelecimento Prisional de Sintra e, como uma das condições para se poder ser funcionário, era manter residência obrigatória naquele espaço, em casas construídas para os empregados, era lá que vivíamos.”

Em criança acompanhou, várias vezes o pai no trabalho, e também queria participar nas tarefas. “Não tinha medo da terra, de sujar os sapatos, de subir às árvores.” Lembra-se do pai lhe dizer que queria que a vida daqueles homens e mulheres, privados de liberdade, tivesse outro rumo. E Sofia parece ter herdado esse desejo de promover a mudança, porque sempre quis estar ligada a coisas que contribuam para o bem-estar e melhoria de vida das pessoas. Convicta, afirma que a pessoa que é hoje se deve ao começo, a essa ligação tão “próxima da terra e das pessoas”. Por isso, quando começou a pensar nas escolhas profissionais, sentia-se atraída por duas áreas: trabalhar com crianças do ensino especial ou seguir a profissão ligada ao campo. Optou por tirar o curso de Técnica Agrária, atividade, que mesmo ainda sem ter o curso, já a fazia sentir como peixe na água. Mas também nunca esqueceu o desejo de trabalhar como docente, a sua outra paixão, desejo que também já concretizou e que a fez crescer ainda mais como pessoa. Hoje, Sofia Vieira chefia um grupo de 120 operacionais em que a grande maioria são homens, alguns com idades superiores à sua. Isso não a intimida. Está habituada a lidar com muitas pessoas, a trabalhar sob pressão, quando é preciso, e a observar e a partilhar histórias de muitas vidas. Sobre os seus colaboradores, explica que os conhece bem porque os acompanha no terreno.
“Estão sempre muito atentos e preocupam-se comigo”. Mesmo durante a entrevista, ao ser abordada por alguns funcionários, notou-se o respeito, que não a distância, entre a chefia e a sua equipa. É por isso que, mesmo fora dos Espaços Verdes, quando se fala na Sofia, todos se referem a ela com muita empatia, talvez na mesma proporção com que trata todos os colaboradores.
 

Cascais Digital

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